Reportagens

domingo, 21 de novembro de 2010

Energia e Água: para a sobrevivência da humanidade

Energia - uma fonte de lucros?
Um dos setores mais polêmicos da economia brasileira nesses últimos anos é o de geração,  distribuição e consumo de energia. Economistas, administradores e homens de negócios se esmeram nas análises e cálculos de custo/benefício ou de rentabilidade de empreendimentos perfeitamente legítimos no regime de mercado em que o objetivo central é o lucro no prazo mais curto e com o mínimo de risco. Mas, seriam esses os critérios de análise e avaliação que devem prevalecer nos setores de energia e de água ?
Os investimentos do setor público devem ser elaborados segundo critérios de análise e avaliação que considerem, além do retorno financeiro, o custo/oportunidade, ou seja, as prioridades sociais e políticas alternativas da sociedade e do poder público, em determinado contexto histórico.
Há poucos anos, em conseqüência da escassez de chuvas e do baixo nível dos reservatórios de água, sofremos uma crise de energia com racionamento e, obviamente, um aumento das tarifas para os consumidores.
A matriz energética brasileira é baseada predominantemente na geração de energia hidrelétrica, mais de 90% do total gerado e consumido. A energia elétrica é considerada mais limpa e barata por ser alimentada pelos rios e barragens construídas ao longo de seu percurso para o mar. Entretanto, não podemos ignorar os custos sociais e ambientais causados pela construção de barragens. Centenas de milhares de pessoas, geralmente pequenos lavradores e populações indígenas, acabam sendo expulsos de suas terras. As supostas indenizações arrastam-se por anos até serem pagas e nunca correspondem ao valor real das terras desapropriadas. Freqüentemente, as árvores crescidas nas terras inundadas pelos lagos artificiais não são cortadas e retiradas em tempo, antes da inundação. Em conseqüência, apodrecem nas águas e causam a emissão de gases tóxicos – carbono e metano – responsáveis pelo aquecimento da atmosfera, o tão comentado “efeito estufa”. É este o caso das hidrelétricas construídas em plena floresta tropical como Tucuruí no Pará e Samuel, em Roraima.
Calculam-se as taxas de juros e de desconto e os lucros previsíveis de investimentos em grandes obras hidrelétricas. Mas não se menciona que Itaipu ultrapassou em três vezes e Tucuruí em quatro vezes, os custos inicialmente orçados. No caso de Tucuruí, a maior parte da energia elétrica gerada é consumida pelas empresas de transformação da bauxita em alumínio posteriormente exportado, energia cujo baixo preço representa um subsídio às empresas produtoras e exportadoras. Após a privatização das distribuidoras de energia adquiridas por empresas estrangeiras, aumentaram as tarifas para os consumidores garantindo lucros elevados de acordo com os contratos assinados pelo governo federal àquela época.
Mais grave ainda do ponto de vista da economia nacional, são os reatores nucleares de Angra I e Angra II cuja construção consumiu dezenas de bilhões de reais, embora gerem apenas 2% do consumo nacional da energia produzida. Contudo, conforme noticiou a Folha de S. Paulo, em 14/11/2004, e mais recentemente em março de 2007, surgiram pressões em nível federal para concluir a construção de Angra III, a um custo adicional estimado em dez bilhões de reais. As três centrais nucleares estão localizadas no litoral, numa área em cujo raio encontram-se as maiores concentrações urbanas do país – Rio de Janeiro e São Paulo – com mais de 30 milhões de habitantes. Ademais, os reatores estão situados em terrenos caracterizados por uma falha geológica, fato já conhecido pelos índios Guaranis que lá viviam e que chamavam o local de “Itaorna”, o que significa “pedra podre”. Além de um gasto desmedido, as três centrais nucleares representam uma ameaça permanente e inimaginável para as populações litorâneas caso ocorra algo como o que aconteceu em Chernobyl ou Three Miles Island.
Pequenos desastres nucleares são bastante freqüentes, em decorrência de vazamentos e a contaminação por centenas de reatores espalhados pelo mundo. Mais sério, todavia, é o problema dos resíduos ou do lixo nuclear para o qual não foi encontrada ainda uma solução adequada. Enterrá-lo ou jogá-lo nas profundezas do mar, mesmo acondicionado em barris de chumbo e cimento não elimina o problema, apenas consegue postergá-lo e empurrá-lo para as gerações futuras. Por isso, sociedades nas quais prevalece a força da sociedade civil e da opinião pública – Suécia, Alemanha, Espanha – resolveram desativar seus reatores nucleares e embarcar nas  pesquisas e desenvolvimento de fontes energéticas alternativas.
Até aqui, tratamos de custo/benefício da energia nuclear, questionável quando analisado em suas dimensões sociais, econômicas e ambientais. Vejamos, então, os aspectos da análise  custo / oportunidade, ou seja, outros investimentos possíveis com os recursos destinados à geração da energia nuclear. Afinal, o território brasileiro é aquinhoado com potenciais fontes de energia mais limpas e seguras cujas tecnologias são conhecidas e facilmente acessíveis.
Além do álcool, a partir da cana de açúcar – etileno e metileno adicionados à gasolina – dispomos de um imenso potencial de bagaço de cana, de serragem da indústria madeireira, de casca de arroz, de óleo de mamona, de babaçu e de dendê. O território brasileiro, ensolarado praticamente o ano todo, pode ser aproveitado para gerar energia solar e fotovoltaica, particularmente apropriada para pequenas povoações espalhadas no meio rural. Em algumas regiões do país, tanto no nordeste quanto no sul, existem boas condições para instalações de energia eólica.
Outra fonte de energia de baixo custo e de pouco impacto ambiental seriam as pequenas hidrelétricas de até 30MW as quais inundariam áreas inferiores a 3 km², comparadas aos 2.430 km² de Tucuruí e aos 1.350 km² de Itaipu.
A discussão acima nos remete à questão fundamental das prioridades da nação que deveriam se refletir nas decisões do poder público.
Quais são as maiores deficiências no atendimento das necessidades básicas de dezenas de milhões de brasileiros carentes e marginalizados? Examinando os planos e programas do governo, verifica-se uma lamentável discrepância entre o discurso, sobretudo na época pré-eleitoral e suas ações efetivas, uma vez instalado no poder. Qualquer observador objetivo julgaria que as áreas prioritárias de investimentos públicos devem se concentrar na extensão e no aperfeiçoamento da educação universal de qualidade e gratuita; de postos e centros de saúde que prestem assistência a todos; de um vasto programa de construção habitacional popular dotado de um sistema de saneamento e de transporte público eficiente e uma boa infra-estrutura rodo-ferroviária e fluvial alimentada por uma rede de energia limpa e barata. Assim proporcionaria maior conforto e bem-estar à população enquanto se minimizaria a poluição por emissões tóxicas e desmatamento de áreas florestais, na Amazônia, no Cerrado e na Mata Atlântica.
Os oito anos de governo FHC e os quatro primeiros do governo Lula não demonstraram preocupações mais sérias com a qualidade de vida das populações carentes e excluídas. Quando mais de 1/3 da população brasileira sobrevive na indigência, a proposta de construção de Angra III; a compra de aviões de caça supersônicos e as pressões para ressuscitar a indústria de armamentos brasileira representam os custos de oportunidades perdidas no caminho do desenvolvimento. Ao iludir-se com a conquista de posição de uma grande potência, pleiteando um assento permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas, o governo estará perpetuando o secular subdesenvolvimento do país, mormente da parcela da população mais desfavorecida.
Água - um direito humano!
Vivemos com a ilusão de uma oferta ilimitada de água no planeta. Nada mais falso! A quantidade de água doce disponível não passa de 0,5% de todas as águas na Terra. O resto é água do mar ou congelado nos pólos norte e sul. A renovação da água potável ocorre somente com as chuvas, a razão de 40.000 a 50.000 quilômetros cúbicos por ano. Devido à urbanização intensa, os desmatamentos e a contaminação por atividades industriais, mesmo esta pequena parcela de água potável está diminuindo, causando a desertificação progressiva da superfície da terra. Se as tendências atuais continuarem, as águas de todas as bacias hidrográficas serão irremediavelmente degradadas e perdidas para o consumo.
O consumo global de água dobra a cada vinte anos, mais do que o dobro da taxa de crescimento da população humana. De acordo com as Nações Unidas, mais de um bilhão de pessoas carecem de acesso a água potável. Se continuar o uso predatório e irresponsável , por volta de 2025 a demanda de água potável irá subir em 56% a mais da quantidade atualmente disponível.
Com a intensificação da crise da água, governos no mundo todo, sob a pressão das empresas transnacionais, advogam uma solução radical: privatização e comercialização da água, alegando que somente assim seria possível prover água para um mundo sedento. Contudo, fica evidenciado que a venda da água não atende às necessidades da população pobre e sedenta. Ao contrário, água privatizada é fornecida aqueles que podem pagar, tais como cidades e indivíduos ricos, ou indústrias água-intensivas como agricultura e mineração.
A pressão de transformar a água em commodity ocorre em um contexto histórico onde os impactos sociais e econômicos da escassez de água se transformam em fatores políticos desestabilizadores, gerando conflitos ao redor do globo terrestre. Por exemplo, a Malásia que controla metade da oferta de água de Singapura, ameaçou de cortar o suprimento em 1997, após críticas formuladas ao seu governo. No Oriente Médio, um dos maiores conflitos entre Israel e os palestinos é devido não somente à questão territorial mas também à escassez da água, o que levou Israel a cogitar da importação do precioso líquido da Turquia.
Na África, as relações entre Botsuana e Namíbia ficaram estremecidas por causa dos planos da Namíbia de construir um aqueduto para desviar águas do rio Okavango, comum aos dois países. Entretanto, aqueles que lucram com o uso e abuso da água determinam o futuro de um dos recursos mais vitais da Terra. Um punhado de empresas transnacionais apoiadas pelo Banco Mundial assume de forma agressiva a administração de serviços de água públicos nos países em desenvolvimento, elevando os preços aos residentes locais e lucrando com a busca desesperada do Terceiro Mundo de uma solução para a crise de água. Para as empresas, a resposta é uma só: água deve ser tratada como qualquer outro bem comerciável, com seus usos determinados pelos princípios do mercado.
Ao mesmo tempo, os governos cedem seu controle sobre os suprimentos domésticos de água, participando de acordos comerciais tais como a NAFTA – Associação de Livre Comércio da América do Norte, e suas possíveis sucessoras – a ALCA e a OMC – Organização Mundial de Comércio. Essas instituições de comércio globais facilitam o acesso sem precedência para empresas transnacionais, aos recursos hídricos dos países signatários.
Algumas empresas já entraram na justiça para forçar os governos a conceder acesso a recursos hídricos domésticos. Sum Bett, uma empresa da Califórnia está processando o governo canadense, baseada na da NAFTA, porque a Colômbia Britânica proibiu a exportação de água, anos atrás. A empresa alega que as leis da Colômbia Britânica violam vários direitos de investidores, de acordo com o tratado da NAFTA, e exige US$ 10 bilhões em indenizações por lucros cessantes.
Sob a proteção desses acordos comerciais internacionais, as empresas cobiçam o aproveitamento de enormes quantidades de água potável, via desvios de cursos de água  ou por super-navios. Empresas desenvolvem tecnologias pelas quais milhões de toneladas de água potável seriam carregadas em enormes navios-tanques e transportadas pelos oceanos para venda. Vendendo água a quem oferece mais tende a exacerbar os piores impactos da crise mundial de água. Várias instituições de pesquisa e ONGs ambientais têm alertado na última década: se continuar o uso predatório de água, o resultado será a devastação da Terra e o extermínio de seus habitantes.
Está em curso uma campanha em escala mundial, ainda que não totalmente coordenada, para resistir à privatização e mercantilização da água. Ademais, inúmeras iniciativas surgem para opor-se à construção de novas mega-barragens e para recuperar rios e margens prejudicados, enfrentando indústrias que contaminam os sistemas aquáticos.
Uma série de perguntas deve ser levantada e respondida por todos os cidadãos e seus servidores e representantes nos órgãos públicos:
  • A quem pertence a água?
  • Quem pode apropriar-se dela?
  • É lícito privatizá-la?
  • Em nome de que direito as empresas transnacionais estão comprando sistemas de recursos hídricos?
  • Esses recursos podem ser comercializados como qualquer commodity no mercado?
  • De que leis necessitamos para proteger a água para o consumo de todos?
  • Qual deve ser o papel dos poderes públicos?
  • Os países ou regiões ricos em recursos hídricos devem compartir com os paises mais pobres?
  • A quem cabe a responsabilidade de zelar pelo “sangue azul” da natureza?
  • Como envolver os cidadãos neste processo?
A água é herança da terra e deve ser sempre preservada como bem público e protegida por uma legislação forte, local, nacional e internacional. O que está em jogo é a idéia que através de instituições públicas identifiquemos um legado natural e humano comum a ser preservado para as atuais e futuras gerações. Além das instituições e órgãos nacionais e internacionais também as comunidades locais devem assumir o papel de guardiões dos recursos hídricos e estabelecer os princípios de seu uso racional e eqüitativo.
Em vez de permitir que este recurso vital se torne mais uma mercadoria a ser vendida a quem mais oferece, postulamos que o acesso à água para as necessidades básicas constitui um direito humano inalienável. Cabe a cada geração zelar para que a abundância e a qualidade da água não sejam diminuídas em conseqüência de atividades predatórias e esforços devem ser feitos para restaurar a saúde dos ecossistemas aquáticos e aquíferos que já foram degradados.
Para isto, precisamos reestruturar radicalmente nossa sociedade e o estilo de vida a fim de reverter a depredação dos recursos hídricos e aprender a viver com eles de forma a sustentar os seres vivos e a natureza.
Nada mais perigoso do que o abuso dos preciosos recursos hídricos do mundo, apostando na tecnologia como resposta. Não haverá salvação tecnológica para um planeta com escassez crônica de água.

Aproveitamento a energia dos vegetais

Energia da Biomassa: uma energia vegetal




 


Para produzir a energia da biomassa, é preciso um grande percurso. Um exemplo da biomassa, é a lenha que se queima nas lareiras. Mas hoje, quando se fala em energia biomassa, quer dizer que estão falando de etanol, biogás, e biodiesel, esses combustíveis, que tem uma queima tão fácil, como a gasolina e outros derivados do petróleo, mas a energia da biomassa, é derivada de plantas cultivadas, portanto, são mais ecológicas.
Para ter uma idéia de como a energia da biomassa é eficiente, o etanol, extraído do milho, é usado junto com a gasolina nos Estados Unidos; e também, é produzido da cana de açúcar, o etanol responde metade dos combustíveis de carro produzido no Brasil. Em vários países, mas principalmente nos Estados Unidos, o biodiesel de origem vegetal é usado junto ou puro ao óleo diesel comum. Segundo o diretor do centro nacional de bioenergia: “Os biocombustíveis são a opção mais fácil de ampliar-se o atual leque de combustíveis”
O único problema da biomassa é que por conta da fotossíntese (o processo pela qual as plantas captam energia solar) é bem menos eficiente por metro quadrado do que os painéis solares, por causa desse problema, é que para ter uma boa quantidade de captação de energia por meio de plantas, é preciso uma quantidade de terra bem mais extensa. Estima-se de que para movimentar todos os meios de transportes do planeta só usando biocombustíveis, as terras usadas para agricultura teriam que ser duas vezes maiores do que já são.
 
























Para ser mais eficaz, deixando mais rápidas as colheitas, e deixando ser mais captadores de energia, cientistas estão fazendo pesquisas. Atualmente, os combustíveis extraídos da biomassa são vegetais, como o amido, o açúcar, e óleos, mas alguns cientistas, estão tentando deixar esses combustíveis líquidos. Outros estão visando safras que gerem melhores combustíveis.
E esse é o grande problema da energia da biomassa, mas para Michel Pacheco, “Estamos diante de muitas opções, e cada uma tem por trás um grupo de interesse. Para ser bastante sincero, um dos maiores problemas com a biomassa é o fato de existirem tantas alternativas“ 

  

O consumo de Energia no Dia a Dia

CONSUMO DE ENERGIA

Diante da crise energética anunciada pelo governo, passamos a ter interesse em conhecer como é feito o cálculo do consumo de energia elétrica dos diversos eletrodomésticos que possuímos em casa.

O cálculo do consumo de energia elétrica não é uma tarefa tão complicada quanto você pode estar imaginando. Este procedimento requer a aplicação de uma fórmula básica, definida pela seguinte expressão:


W=P.T, onde:

W - energia consumida;

P - potência do eletrodoméstico considerado;

T - tempo de utilização do eletrodoméstico.

Com a fórmula acima mencionada, fica claro que a energia consumida é diretamente proporcional à potência do aparelho e ao respectivo tempo em que o mesmo fica ligado. Resumindo: Quanto maior a potência e o tempo de utilização, maior será a energia consumida e, conseqüentemente, a conta para pagar no final do mês. phone sem-fioQuando você compra um eletrodoméstico, por exemplo, um telefone sem-fio, este aparelho traz uma etiqueta que informa a energia necessária para o funcionamento do mesmo. Esta energia é expressa pelo termo potência, cuja unidade é o Watt. Portanto, a potência é o valor que você precisa conhecer para calcular a energia consumida por um determinado aparelho que fica ligado em um período de tempo conhecido. Vamos ver dois exemplos para aplicar os conceitos vistos, considerando que a emissão da conta de luz ocorra a cada trintas dias.

Eletrodoméstico: Telefone sem-fio

Potência do aparelho: P=3,0 watts;

Tempo de utilização do aparelho:
Como o telefone sem-fio fica ligado 24 horas por dia, o tempo em horas para trinta dias será: T=(24h/dia x 30dias) :: T=720 horas
Aplicando os valores encontrados em W=P.T, temos:
W=(3,0W x 720,0h) :: W=2.160,00Wh. Dividindo este valor por 1000, vamos obter W em kWh (quilo.watt.hora). Então, a energia consumida pelo telefone sem-fio no período considerado será de 2,16kWh.

Para saber o preço que você pagaria por este consumo, basta multiplicar pelo custo do kWh fornecido pela concessionária local. Para obter este valor pegue a sua conta de luz e divida o valor a ser pago pelo consumo de energia em kWh. Supondo que o preço do kWh seja de R$0,27 centavos de reais, o custo da energia consumida pelo telefone sem-fio será de: C=(2,16 x 0,27) :: C=R$0,58 centavos de reais.

É um valor bem pequeno, chegando mesmo a ser desprezível. No entanto, diante do pacote energético anunciado pelo governo, devemos nos esforçar em reduzir o consumo de energia. Logo, não é bom pensar somente no valor a ser pago, mas sim na redução em kWh.

Eletrodoméstico: Chuveiro elétrico

Potência do chuveiro: P=5.400 watts

Tempo de utilização do chuveiro:
Vamos considerar que você gaste 10 minutos por dia. Neste caso, o tempo em minutos acumulado no mês será: T=(10min/dia x 30 dias) :: T=300 minutos. Convertendo este valor para horas, teremos: T=(300/60) :: T=5 horas

Aplicando os valores encontrados na fórmula W=P.T, temos:
W=(5.400W x 5h) :: W=27.000Wh.
Dividindo este valor por 1000, encontramos 27 kWh, que é a energia consumida pelo chuveiro no período considerado. tomada Conforme você percebeu nos dois exemplos citados, o cálculo do consumo de energia elétrica é bem simples. Você pode fazer isto para todos os eletrodomésticos (máquina de lavar, geladeira, forno de micro-ondas, aspirador de pó, etc.) que possuir em casa, ou seja, qualquer aparelho que precise de energia elétrica para funcionar.


Alguns eletrodomésticos apresentam ciclos automáticos de liga-desliga, mesmo estando o cabo de força conectado na tomada. A geladeira é um exemplo, e neste caso, você não pode considerar 24 horas por dia no cálculo do consumo de energia.

Quando for comprar uma geladeira ou um outro eletrodoméstico, verifique se o mesmo possui o selo de aprovação do PROCEL (Programa de Combate ao Desperdício de Energia). Este selo traz o consumo de energia em kWh e, além disso, você tem a certeza de estar comprando um produto que prima pelo baixo consumo de energia.

Para finalizar este assunto, é bom frisar que a utilização de eletrodomésticos de baixo consumo de energia, aliados a uma instalação elétrica bem projetada e executada, constituem um sistema eficiente no combate ao desperdício de energia.

"Economize energia! O seu bolso agradece, o Brasil também."

Lixo e Esgoto

Assim como o lixo do dia-a-dia em nossas casas não pode parar de ser gerado, os esgotos também não. São uma existência permanente que afastamos de nós através da lata de lixo, dos vasos sanitários, pias e dos diversos ralos que temos em nossos lares. Tudo que desejamos é ficar livres deles, logo que realizamos nossas necessidades.
Mas o que acontece logo após, no caso dos esgotos, nos canos que levam toda aquela "porcaria" para longe de nós? Como esses esgotos caminham, para onde são levados?
Ainda no século passado, as população se livravam dos esgotos jogando-os pela janela ou nos quintais das casas, da mesma forma que muitos hoje, lançam os lixos domésticos em terrenos baldios ou mesmo nas ruas, sem a mínima cerimônia ou, ainda, se houver um rio próximo, é nele que se despejam os lixos de todas as espécies e objetos inservíveis, para que sejam levados pela correnteza e "sumam" de vista.
Voltando ao tema esgotos; foram descobertas pela ciência as conseqüências do lançamento às ruas ou nos quintais dos dejetos chamados esgotos sanitários que se fazia outrora, quando se pesquisou a origem de um sem número de doenças, descobrindo-se seus vetores invisíveis e os seus transmissores microscópios.
Daí para frente, as populações que afastavam de alguma forma, para longe de suas casas os dejetos, mais por questão de estética e incômodos pelo cheiro, passaram, também, a se conscientizar que aquelas porcarias lançadas tinham que ser conduzidas para bem longe. Para isso, começaram a transportá-las em tubos e valas que alcançassem um rio, lago ou praia mais próximos.
O avanço da ciência, todavia, demonstrou que isso não bastava; havia outros prejuízos. A conclusão foi que, o transporte e a disposição adequada era também essencial à proteção da saúde pública.
As pesquisas concluíram que cerca de cinqüenta tipos de infecções podem ser transmitidas pelos caminhos dos excretas humanos e que essas infecções, aliadas à subnutrição, causava uma terrível influência na morbidade e na mortalidade, principalmente de crianças, através da febre tifóide, disenteria, hepatite, cólera e diversos tipos de verminoses que contribuíam fortemente para minar, gradativamente, as resistências do organismo humano.




 Além disso, concluiu-se que não só aos homens fazem mal os esgotos lançados "in natura" nos corpos d’água (rios, lagos, mares). Os seres viventes nas águas sofriam também, principalmente porque as águas tendem a se auto depurar às custas de fenômenos físicos, químicos e biológicos a troco de consumo indireto do oxigênio nelas dissolvido o qual é fundamental para a sobrevivência das espécies aquáticas.
Com tudo isso, a disposição adequada dos esgotos domésticos é imprescindível, se queremos ver saudáveis as criaturas humanas e os seres indefesos, não humanos.
Assim sendo, transportar tão somente os esgotos domésticos não basta. Se por valas, o perigo é pelo contato direto, se por tubulações seus malefícios continuam "vivos" e prontos para entrar em cena a qualquer momento.
Dessa forma, o transporte dos esgotos por tubulações é apenas um começo, devendo haver o passo seguinte, que é o seu tratamento adequado, para eliminar todos os inconvenientes físicos, químicos e biológicos.
O absenteísmo (ausência ao trabalho), a falta de disposição para trabalhar, a apatia das crianças, e a mortalidade estão calcadas quase sempre em doenças provindas, em sua maioria, da falta de saneamento adequado, principalmente no que concerne os esgotos domésticos.
Então, os gastos na missão de coletar e tratar os esgotos domésticos não se constituem em despesas e sim em investimentos que serão ressarcidos pelo melhor desempenho do trabalhador e diminuição do custeio no tratamento de doenças.

As Fontes Sujas e os Tipos de Poluição



Fontes Sujas:Por Energias poluentes ou “sujas” entende-se aquelas que produzem poluição aquando do seu aproveitamento; que por libertarem gases nocivos para a atmosfera, como no caso da queima dos combustíveis e do gás; que por libertarem outros resíduos, como acontece com a refinação do petróleo e na queima da lenha e do carvão, ou ainda nos restos do urânio radioativo da produção de energia nuclear. Chama-se a estas fontes de energia, com excepção do urânio, “Combustíveis Fósseis”, uma vez que resultam da decomposição de restos de animais e plantas, que demorou milhões de anos, encontrando-se agora no subsolo, em forma mineral (carvão), líquida (petróleo) ou gasosa (gás natural). A sua renovação, para poder ser extraída energia novamente, levaria outros tantos milhões de anos.
Estas energias poluentes são as que os países mais utilizam hoje em dia, mesmo sabendo que irão esgotar-se mais tarde ou mais cedo. Exatamente por isso existe uma preocupação crescente para para diminuir uso destas antes e optar pelas energias renováveis e“limpas”, como mostra um documento que muitos países
assinaram no Japão, em Dezembro de 1997, chamada “Protocolo de Quioto”, comprometendo-se a trabalhar cada vez mais neste “caminho”.



A poluição é definida na legislação brasileira (Lei 6.938/81, Art.3, III) como a “…degradação da qualidade ambiental…” que direta ou indiretamente prejudiquem a saúde, segurança e o bem-estar da população, que criem condições adversas às atividades sociais e econômicas, que afetem desfavoravelmente a biota, as condições estéticas ou sanitárias do ambiente ou que lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões estabelecidos.
Assim, podemos identificar diversos tipos de poluições que interferem em um ou mais dos aspectos citados acima:
 Poluição Sonora: a poluição sonora é aquela causada pelo excesso de ruídos como aqueles causados pelos carros, máquinas e etc. , bastante comuns nos grandes centros urbanos e aos quais o homem, de certa forma, acabou se acostumando (o que na signifique que não seja prejudicial). Segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde) o limite máximo tolerável para a saúde humana é de 65dB. O efeito sobre a saúde humana dependerá, contudo, do nível de ruído e do tempo de exposição. Por exemplo uma pessoa que trabalhe 8 horas por dia, todos os dias, com ruídos do nível de 85dB, após dois anos, apresentará, com certeza, problemas auditivos causados pela poluição sonora. Uma forma de amenizar a poluição sonora é a utilização de equipamentos de segurança (fones de ouvido por exemplo) e a aplicação de tecnologias menos ruidosas ou que abafem os ruídos.
Poluição Visual: outra grande fonte de poluição, principalmente nos meios urbanos é a poluição visual. As imagens de outdoors, cartazes, e diversos outros meios de comunicação servem para transmitir informações, entretanto, o uso excessivo destes recursos pode ser considerado poluição. O tema “poluição visual” é algo ainda bastante novo e, talvez por isso, ainda muito controverso. De um lado, estão os que defendem que o excesso de propagandas e informações causa inúmeros problemas (como stress, desconforto visual, distração para os motoristas, etc.) e de outro estão aqueles que acreditam que isso tudo não passa de um “policiamento estético” do meio urbano.
Poluição Atmosférica: a poluição atmosférica é aquele que afeta as condições do ar que respiramos. Suas principais fontes são as indústrias e os automóveis que lançam diversos tipos de Gases na atmosfera como o dióxido de carbono, óxidos de enxofre e materiais particulados. Estes gases podem causar diversos danos à saúde humana como doenças respiratórias e alergias que são especialmente graves para crianças e idosos.
Poluição da água: a poluição dos corpos hídricos (rios, lagos, etc.) é talvez a mais comum de todas as poluições. Durante toda a sua historia o homem sempre procurou locais próximos a cursos d’água para se estabelecer e acabou comprometendo a qualidade das águas ao lançar esgotos de indústrias, residências, e toda sorte de empreendimentos. Atualmente existem leis que proíbem este tipo de destinação para os esgotos, mas ainda são muitos os locais onde isso acontece devido, dentre outras coisas, à fiscalização deficiente. Outro agravante é que praticamente toda forma de poluição atmosférica e do solo acaba indo parar na água quando ocorrem as chuvas.
Poluição do solo: todo resíduo que é despejado no solo sem cuidado algum (o que não é o caso de aterros sanitários, por exemplo) caracteriza um tipo de poluição. Os conhecidos “lixões”, locais para onde eram levados os resíduos produzidos em uma cidade, e que hoje em dia são ilegais, constituem uma fonte de poluição do solo assim como os agrotóxicos e defensivos agrícolas que, se usados indiscriminadamente podem provocar a contaminação do solo e, na ocorrência de chuva, dos corpos hídricos (quando a água da chuva arrasta para os rios e lençóis freáticos toda a poluição que estava no solo).

Poluição Nuclear:A discussão em torno da utilização de energia nuclear é muita. De um lado os governos afirmam que esta é uma alternativa segura, eficiente e que não polui. De outro, encontram-se ambientalistas que alertam sobre o perigo da poluição nuclear e de possíveis desvios dos materiais físseis por terroristas, além dos acidentes com o transporte de materiais radioativos.
poluição nuclear é causada pela destinação incorreta ou vazamento de resíduos radioativos proveniente de diversas fontes que utilizam a energia nuclear, como, por exemplo, as usinas nucleares ou aparelhos de raios-x, e se caracteriza pelo alto grau de periculosidade devido a capacidade de causar alterações nas estruturas das células provocando, assim, alterações no organismo como um todo.
Na prática, o lixo nuclear polui menos do que o lixo comum produzido pelas indústrias e residências porque o primeiro possui um rigoroso controle de destinação e gerenciamento enquanto que o segundo encontra-se em qualquer lugar e, embora legalmente devesse, não é bem gerenciado. A grande e importante diferença é que o lixo nuclear possui a capacidade de permanecer ativo por milhares de anos exigindo o monitoramento constante e, no caso de acidentes as conseqüências são muito piores podendo, inclusive, causar danos por várias gerações, como no caso do acidente com o Césio-137 em Goiânia para o qual foi criada uma Superintendência permanente para tratar das vítimas do acidente (Superintendência Leide das Neves).
O principal argumento da corrente contra a energia nuclear é justamente o perigo de que acidentes como esse, voltem a acontecer.
Com a criação de novas usinas termonucleares para geração de energia a quantidade de resíduos que deverá ser estocada, também aumentará. Esses resíduos são provenientes não apenas das usinas termonucleares, mas durante todo o processo, desde a fase de mineração até a fase final de reprocessamento do combustível nuclear, quando o urânio não queimado do reator e o plutônio gerado são separados dos produtos formados na fissão. Esses resíduos serão classificados de acordo com o nível de radioatividade sendo classificados como baixa, média ou alta atividade e armazenados segundo normas da CNEN (Comissão Nacional de Energia Nuclear). Mas, mesmo assim permanecerão por um bom tempo como uma potencial fonte de poluição e perigo.
De fato, a grande resistência atual quanto à utilização da energia nuclear concentra-se na produção e gerenciamento dos resíduos radioativos gerados pelas usinas. A França, que atualmente tem cerca de 80% de suas necessidades energéticas supridas por usinas nucleares, conta com a desaprovação de 55% da população quanto à forma como os resíduos são gerenciados. E quase 80% da população européia concordam que não há uma forma segura de descartar os resíduos nucleares.
Entretanto, antecipando-se às iniciativas da Comunidade Européia de tentar acelerar as discussões a respeito, a França lança mão de incentivos fiscais para as cidades que se dispuserem a receber os resíduos gerados por suas usinas nucleares e aprova uma lei onde estipula que os resíduos serão armazenados em abrigos subterrâneos, traçando um cronograma para cumprir seu objetivo até 2015.
Inclusive, um dos argumentos daqueles que são a favor da implementação de um programa energético baseado na energia nuclear argumentam que a tecnologia evoluiu muito nos últimos anos tornando as usinas termonucleares muito mais seguras.
Com certeza, se compararmos as termoelétricas movidas à energia nuclear com aquelas movidas a carvão, que respondem por 53% da energia gerada nos EUA, por exemplo, chegaremos à conclusão óbvia de que a primeira polui muito menos, visto que a segunda emite níveis de CO2 (dióxido de carbono) altíssimos, sendo um dos principais responsáveis pelo efeito estufa. Conclusão óbvia, mas que, porém não exclui as formas de energia alternativas como a energia eólica ou biomassa (ver biocombustíveis ) que, de fato não poluem.
Só o Japão produz anualmente mais de 1 tonelada de resíduos radioativos que são enviados para França e Reino Unido para o reprocessamento.
Ou seja, a energia nuclear polui sim. O que acontece é que isso pode ser evitado armazenando-se e monitorando os resíduos. Situação que, porém, eleva e muito, os custos da energia nuclear.


sábado, 20 de novembro de 2010

Aquecimento Global :(






         
Aparentemente, a maioria das pessoas julga que ao se falar de aquecimento global estamos tratando de um problema ambiental isolado que afeta diretamente apenas algumas espécies animais, especialmente os ursos polares. Até porque o nosso planeta é tão grande que alguns não crêem que possamos causar algum impacto negativo real de longa duração. Isto não é verdade. Muitas espécies animais e vegetais encontram-se ameaçadas sim - o que por si só já é terrível - porém, o que parece que ainda não foi bem compreendido, é que a sobrevivência da espécie humana também está diretamente ameaçada por este fenômeno.  
         
 Caso a tendência atual de aquecimento climático seja mantida, a previsão dos especialistas é que por volta de 2050, ou seja, amanhã em termos históricos, as sociedades começarão a entrar em colapso e pessoas irão morrer aos milhões, por diversos fatores, entre eles: escassez de alimentos, doenças, catástrofes climáticas muito rigorosas – desde secas severas e ondas de calor até tempestades e inundações. É claro que já convivemos com estes fenômenos há séculos, mas a mudança significativa será na freqüência, na intensidade e nos locais em que eles ocorrerão.   
          Como o clima é um fenômeno muito complexo e as inter-relações entre os ecossistemas são muito sutis, é difícil prever exatamente o que vai ocorrer. Mas já está claro que, caso a temperatura global continue a subir no ritmo atual, as nossas vidas serão diretamente afetadas. Em função de tratar-se de um fenômeno mundial, suas conseqüências desconhecerão fronteiras territoriais, econômicas e sociais, afetando assim toda a humanidade - principalmente as populações mais pobres. 


      
O caminho é reduzir a demanda por energia, não apenas encontrar formas alternativas de produzi-la. Mudar o padrão de consumo e a matriz energética está entre os maiores desafios que o mundo terá de enfrentar se quiser reduzir as emissões de gases que causam o efeito estufa e colaboram para o aquecimento global.
          Segundo os estudos mais recentes, existe um patamar de irreversibilidade que, se for atingido, impedirá que o processo de aquecimento global seja freado ou revertido. Por isso é urgente uma mobilização geral, para que possamos rever nossas percepções e nosso comportamento e, com isso, darmos uma chance ao nosso planeta e às gerações futuras.

As Fontes Limpas e o Desenvolvimento Sustentável

São cinco os principais tipos de energia limpa – aquela que não libera (ou libera poucos) gases ou resíduos que contribuem para o aquecimento global, em sua produção ou consumo

SOLAR A energia luminosa do sol é transformada em eletricidade por um dispositivo eletrônico, a célula fotovoltaica. Já as placas solares usam o calor do sol para aquecer água. Maiores produtores: Japão e EUA.
PRÓS: fonte inesgotável de energia; equipamentos de baixa manutencão; abastece locais aonde a rede elétrica comum não chega.
CONTRAS: producão interrompida à noite e diminuída em dias de chuva, neve ou em locais com poucas horas de sol.

• EÓLICA O vento gira as pás de um gigantesco catavento, que aciona um gerador, produzindo corrente elétrica. Maiores produtores: Alemanha, Espanha e EUA.
PRÓS: fonte inesgotavel de energia; abastece locais aonde a rede elétrica comum não chega.
CONTRAS: poluicão visual (um parque eólico pode ter centenas de cataventos) e, às vezes, sonora (alguns cataventos são muito barulhentos); morte de pássaros (que, muitas vezes, se chocam com as pás dos cataventos).

• DAS MARÉS
As águas do mar movimentam uma tur bina que aciona um gerador de eletricidade, num processo similar ao da energia eólica. Não existe tecnologia para exploracão comercial. Franca, Inglaterra e Japão são os pioneiros na producão.
PRÓS: fonte de energia abundante capaz de abastecer milhares de cidades costeiras.
CONTRAS: a diferenca de nível das mares ao longo do dia deve ser de ao menos 5 metros; producão irregular devido ao ciclo da maré, que dura 12h30.

• BIOGÁS Transformacão de excrementos animais e lixo orgânico, como restos de alimentos, em uma mistura gasosa, que substitui o gás de cozinha, derivado do petróleo. A matéria-prima é fermentada por bactérias num biodigestor, liberando gás e adubo.
PRÓS: substitui diretamente o petróleo; dá um fim ecológico ao lixo orgânico; gera fertilizante; os produtores rurais podem produzir e até vender o gás, em vez de pagar por ele.
CONTRA: o gás é difícil de ser armazenado.

•BIOCOMBUSTÍVEIS
Geracão de etanol e biodiesel para veículos automotores a partir de produtos agrícolas (como semente de ma mona e cana-de-acúcar) e cascas, galhos e folhas de árvores,que sofrem processos físico-químicos. O Brasil está entre os maiores produtores mundiais.
PRÓS: substitui diretamente o petróleo; os vegetais usados na fabricacão absorvem CO2 em sua fase de crescimento.
CONTRA: producão da matéria-prima ocupa terras destinadas a plantio de alimentos.


 Desenvolvimento Sustentável
 
     No ano de 1987, a Comissão Mundial da ONU sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento (UNCED), apresentou um documento chamado Our Common Future, mais conhecido por relatório Brundtland. O relatório diz que:
"Desenvolvimento sustentável é o desenvolvimento
que satisfaz as necessidades do presente
sem comprometer a capacidade de as futuras gerações
satisfazerem suas próprias necessidades".
      É, portanto, o desenvolvimento que não esgota os recursos para o futuro, pois procura harmonizar dois objetivos: o desenvolvimento econômico e a conservação ambiental.
     Para ser alcançado, o desenvolvimento sustentável depende de planejamento e do reconhecimento de que os recursos naturais são finitos. Esse conceito representou uma nova forma de desenvolvimento econômico, que leva em conta o meio ambiente.
     O desenvolvimento sustentável sugere qualidade em vez de quantidade, com a redução do uso de matérias-primas e produtos e o aumento da eficiência, da reutilização e da reciclagem. 
 Preservação, qualidade, eficiência e reciclagem

Os principais problemas de desiquilibrio ambiental gerados pela utilização irracional dos recursos naturais.

Efeitos Previstos



Estima-se que, se a taxa atual
de aumento de gases do efeito estufa
no planeta continuar pelo próximo século,
as temperaturas médias globais
poderão subiraté 0,8 ºC por década.
Desta forma, em 2100 a terra poderia
estar 3,5 ºC mais quente do que é hoje.
Tal aumento nas temperaturas implicaria
em drásticas e graves conseqüências
em escala global.
Parte destas conseqüências pode ser
facilmente verificada,
através do aumento na freqüência
de desastres naturais.
Não para menos,
do clima dependem os regimes de ventos e chuva,
das correntes oceânicas,
a umidade do solo,
radiação solar e o fluxo de águas superficiais entre outros.
Alterações climáticas implicam
não apenas em desequilíbrios ambientais
e extinções em massa de animais e plantas,
mas afetam diretamente atividades humanas,
como a agricultura, por exemplo

 O aquecimento global traz uma série de situações que caracterizam vulnerabilidades para as populações, ou seja: as mudanças climáticas influirão na biodiversidade, na agricultura, nas mudanças ambientais, nos regimes hídricos e nas condições de saúde. 
Fotos gentilmente cedias por NOAA e NASA
     A partir do relatório do IPCC, divulgado em 2007, os efeitos previsíveis das mudanças climáticas são os seguintes:
1) A agricultura sofrerá abalos com a mudança do regime de chuvas (intensificação de chuvas em alguns locais e das secas em outros) e modificações nos solos, com perda de produtividade, prejuízos à segurança alimentar e causando migrações e conflitos (exacerbação de fome e miséria, instauração de um regime de barbárie).
2) O derretimento das calotas polares, com aumento dos níveis do oceano e conseqüente perda de regiões costeiras e desaparecimento de ilhas, com prejuízos para a agricultura e o turismo e gerando a migração de milhões de refugiados.
3) Os regimes hídricos sofrerão modificações pluviométricas que, segundo a região, poderão causar estresse hídrico ou enchentes, com evidentes prejuízos em todas as áreas.  Alterações na temperatura do oceano deverão multiplicar a potência dos furacões, e criar novas regiões de incidência (como já começou a acontecer na região sul do Atlântico; lembram-se do furacão que atingiu o sul do Brasil em 2004? Este furacão, chamado de Catarina, teve rajadas de 180km/h, atingindo 32.000 casas, deixando 13.000 desabrigados, 150 feridos e 11 mortos).
4) A biodiversidade será afetada na medida em que as espécies terão que se adaptar a novos regimes climáticos, usarão da migração para procurar locais mais adequados ou mesmo se extinguirão. Isto causará a perda de ecossistemas, do patrimônio genético e dos conhecimentos tradicionais, tudo isso trazendo prejuízos à indústria farmacêutica e química.
 5) No aspecto saúde, as mudanças climáticas causarão o aumento e a migração de vetores, o aumento de epidemias e doenças, a redução da produtividade e o aumento dos gastos com medicamentos e cuidados à saúde.

Fontes de Energia Renovaveis e Nao Renovaveis

Existem vários tipos de energias renováveis, e cada vez mais, com o desenvolvimento das tecnologias, há inovações e se descobrem novas formas de produzir energia elétrica…

…utilizando como fonte os fenómenos naturais, como é exemplo da recente inovação na criação de um hidrogerador cujo princípio é semelhante ao de um aerogerador, diferindo no facto de o movimento das pás ser provocado pelas correntes marítimas. Dos vários tipos de energias renováveis existentes iremos tratar apenas de alguns.
A principal fonte de energia existente hoje é o petróleo, mas além de não ser renovável, e ser um dos principais responsáveis pelo efeito estufa o petróleo ainda será motivo de muitas guerras e conflitos entre os países, principalmente aqueles países que dependem muito dessa fonte energética como os Estados Unidos.
Diversas nações do mundo inteiro estão investindo muito dinheiro em projectos que utilizam as fontes de energia alternativa como a energia solar, a energia eólica, a energia geotérmica, o biodiesel, a energia obtida através do hidrogénio, a energia das marés, o etanol e a biomassa. Essas fontes de energia alternativas citadas são as mais abordadas em projecto para uma menor contribuição para o aquecimento da Terra e também para tentar alcançar cada vez mais uma independência com relação ao petróleo.

 Algumas das energias alternativas onde atualmente existe um maior desenvolvimento de pesquisa:
    • Biomassa: utiliza matéria de origem vegetal para produzir energia (bagaço de cana-de-açúcar, álcool, madeira, palha de arroz, óleos vegetais etc).
    • Energia solar: utiliza os raios solares para gerar energia oferece vantagens como: não polui, é renovável e existe em abundância. A desvantagem é que ainda não é viável economicamente, os custos para a sua obtenção superam os benefícios.
    • Energia eólica: é a energia gerada através da força do vento captado por aerogeradores. Suas vantagens são: é abundante na natureza intenso e regular e produz energias a preços relativamente competitivos.
    • Etanol: é produzido principalmente a partir da cana-de-açúcar, do eucalipto e da beterraba. Como energia pode ser utilizado para fazer funcionar motores de veículos ou para produzir energia eléctrica. Suas vantagens são: é uma fonte renovável e menos poluidora que a gasolina.
    • Biodiesel: o biodiesel substitui total ou parcialmente o óleo diesel de petróleo em motores ciclo diesel. Vantagens: é renovável, não é poluente. Desvantagem:  existe o esgotamento do solo.
    • Fontes renováveis

      Fontes de energia inesgotáveis ou que podem ser repostas a curto ou médio prazo, espontaneamente ou por intervenção humana. Estas fontes encontram-se já em difusão em todo o mundo e a sua importância tem vindo a aumentar ao longo dos anos representando uma parte considerável da produção de energia mundial.

      Exemplos de Fontes de Energias Renováveis: 

      Energia Hídrica;
      Energia Eólica;
      Energia Solar;
      Energia Geotérmica; 
      Energia das Ondas e Marés;
      Energia da Biomassa.

      Fontes de energia não renovável

      Atualmente, a procura de energia assenta fundamentalmente nas fontes de energia não renováveis, as quais têm tecnologia difundida, mas possuem um elevado impacte ambiental. Importa inverter esta tendência, tornando o seu consumo mais eficiente e substituindo-o gradualmente por energias renováveis limpas. Exemplos de Fontes de Energias não Renováveis:

       Energia Do Carvão;
       Energia do Petróleo;
       Energia do Gás Natural;
       Energia do Urânio


      Mas antes de se transformar em calor, frio, movimento ou luz, a energia sofre um percurso mais ou menos longo de transformação, durante o qual uma parte é desperdiçada e a outra, que chega ao consumidor, nem sempre é devidamente aproveitada.  




       

Tipos de fontes de energia mais comuns.

· Energia hidráulica é a mais utilizada no Brasil em função da grande quantidade de rios em nosso país. A água possui um potencial energético e quando represada ele aumenta. Numa usina hidrelétrica existem turbinas que, na queda d`água, fazem funcionar um gerador elétrico, produzindo energia. Embora a implantação de uma usina provoque impactos ambientais, na fase de construção da represa, esta é uma fonte considerada limpa.

· Energia fóssil formada a milhões de anos a partir do acúmulo de materiais orgânicos no subsolo. A geração de energia a partir destas fontes costuma provocar poluição, e esta, contribui com o aumento do efeito estufa e aquecimento global. Isto ocorre principalmente nos casos dos derivados de petróleo (diesel e gasolina) e do carvão mineral. Já no caso do gás natural, o nível de poluentes é bem menor.

· Energia solar ainda pouco explorada no mundo, em função do custo elevado de implantação, é uma fonte limpa, ou seja, não gera poluição nem impactos ambientais. A radiação solar é captada e transformada para gerar calor ou eletricidade.


· Energia de biomassa a energia gerada a partir da decomposição, em curto prazo, de materiais orgânicos (esterco, restos de alimentos, resíduos agrícolas). O gás metano produzido é usado para gerar energia.

· Energia eólica gerada a partir do vento. Grandes hélices são instaladas em áreas abertas, sendo que, os movimentos delas geram energia elétrica. È uma fonte limpa e inesgotável, porém, ainda pouco utilizada.

· Energia geotérmica nas camadas profundas da crosta terrestre existe um alto nível de calor. Em algumas regiões, a temperatura pode superar 5.000°C. As usinas podem utilizar este calor para acionar turbinas elétricas e gerar energia. Ainda é pouco utilizada.

· Energia gravitacional gerada a partir do movimento das águas oceânicas nas marés. Possui um custo elevado de implantação e, por isso, é pouco utilizada. Especialistas em energia afirmam que, no futuro, esta, será uma das principais fontes de energia do planeta.

  
· Energia Termoelétrica Usinas termoelétricas são aquelas em que os geradores são acionados por energia térmica, produzida por vapor. A Palavra vem do grego “therme” e significa calor. Essas usinas podem funcionar a gás ou a carvão e produzem grandes quantidades de vapor. Um exemplo prático é o de que meio quilo de carvão pode fornecer 1 kw/hora de energia, ao passo que se utilizasse óleo, o consumo dessa matéria prima equivaleria a 500 toneladas em razão de ser um combustível de teor calórico mais elevado. A enregia utilizada no mundo é 60% térmica e 40% hidráulica. No entanto, há exceções, como no Canadá, onde se usa praticamente só a energia hidráulica. Já na Inglaterra, a predominância é da energia térmica. No Brasil a tendência é a utilização maior da hidráulica.

A Energia Desde Os Povos Primitivos Até Os Povos Modernos.

O Desenvolvimento da Civilização Moderna


APESAR do malogro, cheio de altos e baixos, no andamento projetado dos planos de aprimoramento do mundo, nas missões de Caligástia e de Adão, a evolução orgânica básica da espécie humana continuou a levar as raças adiante, na escala do progresso humano e do desenvolvimento racial. A evolução pode ser retardada, mas não pode ser detida.
A influência da raça violeta, embora em números inferiores aos que haviam sido planejados, desde os dias de Adão, produziu um avanço de civilização que ultrapassou em muito o progresso alcançado pela humanidade durante toda a sua existência anterior, de quase um milhão de anos.
  Durante cerca de trinta e cinco mil anos depois dos dias de Adão, o berço da civilização foi o sudoeste da Ásia, estendendo-se desde o leste do vale do Nilo e ligeiramente para o norte, através do norte da Arábia, pela Mesopotâmia e pelo Turquestão. E o clima foi o fator decisivo para o estabelecimento da civilização naquela área.
Foram as grandes mudanças climáticas e geológicas no norte da África e no oeste da Ásia que puseram fim às primeiras migrações dos adamitas, impedindo-os de chegarem à Europa pelo Mediterrâneo expandido e desviando a corrente de migração ao norte e ao leste, para dentro do Turquestão. Quando se completaram as elevações das terras e se deram as mudanças climáticas decorrentes, por volta de 15 000 a.C., a civilização estava em um estado de paralisação mundial, exceto pelos fermentos culturais e pelas reservas biológicas dos anditas, ainda confinados a leste pelas montanhas, na Ásia, e a oeste, pelas florestas em expansão da Europa.
A evolução climática agora está para realizar aquilo em que todos os outros esforços falharam, isto é, compelir o homem eurasiano a abandonar a caça, fazendo-o atender aos apelos mais avançados do pastoreio e da agricultura. A evolução pode ser lenta, mas é extremamente eficaz.
Posto que os agricultores primitivos empregassem tão generalizadamente os escravos, o lavrador, outrora, de um certo modo era menosprezado, tanto pelos caçadores quanto pelos pastores. Durante idades, cultivar o solo foi considerado inferior; e daí vem a idéia de que o trabalho com o solo é uma maldição, enquanto, na verdade, é a maior de todas as bênçãos. Mesmo nos dias de Caim e Abel, os sacrifícios de vida perpetrados pelos pastores ainda eram tidos em uma estima maior do que as oferendas dos agricultores.
Em geral o homem evoluiu até a condição de agricultor, vindo da condição de caçador e passando pelo período de transição da era do pastoreio, e isso foi verdadeiro também entre os anditas; contudo, mais freqüentemente, a coerção evolucionária da necessidade climática levaria tribos inteiras a passarem diretamente da condição de caçadores para a de agricultores de êxito. Esse fenômeno, todavia, da passagem imediata da caça à agricultura ocorreu apenas naquelas regiões em que havia um grau elevado de mistura racial com a linhagem violeta.
Os povos evolucionários (notadamente os chineses) aprenderam logo a plantar as sementes, e cultivar o cuidado pelas colheitas, mediante a observação do crescimento das sementes acidentalmente umedecidas ou que haviam sido colocadas nas sepulturas, como alimento para os falecidos. Todavia, em todo o sudoeste da Ásia, ao longo dos leitos férteis dos rios e das planícies adjacentes, os anditas estavam levando adiante as técnicas avançadas de agricultura, herdadas dos seus ancestrais que haviam feito da agricultura e da jardinagem os seus trabalhos principais, dentro das fronteiras do segundo jardim.
Durante milhares de anos, os descendentes de Adão haviam cultivado o trigo e a cevada, tais como haviam sido aperfeiçoados no Jardim, nos planaltos da fronteira superior da Mesopotâmia. Os descendentes de Adão e de Adamson encontraram-se ali, fizeram comércio e relacionaram-se socialmente.
Foram essas mudanças forçadas nas condições de vida que levaram uma parte tão grande da raça humana a tornar-se onívora na sua prática alimentar. E a combinação de trigo, arroz e legumes com a carne dos rebanhos, na dieta, marcou um grande passo adiante na saúde e no vigor desses povos antigos.
  O crescimento da cultura baseia-se no desenvolvimento dos utensílios da civilização. E os instrumentos que o homem utilizou para a sua ascensão desde a selvageria foram eficazes apenas na medida em que liberaram a energia do homem para a realização de tarefas mais elevadas.
Vós, que viveis agora em meio às cenas atuais da cultura que brota e do progresso inicial nos assuntos sociais, e que tendes algum tempo livre para pensar de fato sobre a sociedade e a civilização, não deveis negligenciar o fato de que os vossos primeiros ancestrais pouco ou nenhum tempo tiveram para um lazer que pudesse ser dedicado à reflexão cuidadosa e ao pensamento social.
Os primeiros quatro grandes avanços na civilização humana foram:
  1. O domínio do fogo.
2. A domesticação de animais.
3. A escravização dos prisioneiros.
4. A propriedade privada.
Embora a primeira grande descoberta, a do fogo, finalmente haja descerrado as portas do mundo científico, foi, nesse sentido, de pouca valia para o homem primitivo. Pois se recusava ele a reconhecer as causas naturais como sendo as explicações para os fenômenos comuns.
Na indagação sobre a origem do fogo, a história simples de Andon e da pedra foi substituída pela lenda de como um certo Prometeu tê-lo-ia roubado do céu. Os antigos buscavam uma explicação sobrenatural para todos os fenômenos naturais que não estavam dentro do alcance da sua compreensão pessoal; e muitos povos modernos continuam fazendo isso. A despersonalização dos fenômenos chamados naturais tem durado idades, e ainda não se completou. No entanto, a busca franca, honesta e destemida das causas verdadeiras deu origem à ciência moderna: transformou a astrologia na astronomia, a alquimia na química e a magia em medicina.
Na idade da pré-máquina, o único modo pelo qual o homem podia realizar um trabalho, sem que ele próprio o fizesse, era usando um animal. A domesticação de animais colocou, nas suas mãos, instrumentos vivos cujo uso inteligente preparou o caminho para a agricultura e o transporte. E, sem esses animais, o homem não poderia ter avançado do seu estado primitivo até os níveis subseqüentes da civilização.
A maior parte dos animais adequados para a domesticação era encontrada na Ásia, especialmente nas regiões central e sudoeste. Essa foi uma razão pela qual a civilização progrediu mais rapidamente naquele local, do que em outras partes do mundo. Muitos desses animais haviam sido domesticados por duas vezes anteriormente e, na idade andita, eles o foram ainda uma vez. O cão, entretanto, havia permanecido com os caçadores desde então, sendo adotado pelo homem azul bastante tempo antes.
Os anditas do Turquestão foram os primeiros povos a domesticar o cavalo de um modo completo, e essa é outra razão pela qual a sua cultura foi predominante durante tanto tempo. Por volta de 5 000 a.C., os agricultores da Mesopotâmia, do Turquestão e da China haviam iniciado a criação de ovelhas, cabras, vacas, camelos, cavalos, aves e elefantes. E empregaram, como bestas de carga, o touro, o camelo, o cavalo e o boi do Tibete, o iaque. O homem havia sido, ele próprio, durante uma certa época, a besta de carga. Um dos dirigentes da raça azul chegou a ter, certa vez, cem mil homens na sua colônia de carregadores forçados.
  As instituições da escravidão e da propriedade privada de terras surgiram com a agricultura. A escravidão elevou o padrão de vida dos donos e senhores e proporcionou mais lazer para a cultura social.
O selvagem é um escravo da natureza, mas a civilização científica está conferindo vagarosamente uma liberdade crescente à humanidade. Por meio do fogo e da ajuda de animais, vento, água, eletricidade e outras fontes não descobertas de energia, o homem tem-se libertado, e continuará a libertar-se da necessidade de trabalhar incansavelmente. A despeito dos problemas transitórios gerados por prolíficas invenções de máquinas, os benefícios finais que se derivarão dessas invenções mecânicas são inestimáveis. A civilização não poderá florescer jamais, e muito menos se estabelecer, antes que o homem tenha tempo livre para pensar, planejar e imaginar novos e melhores modos de fazer as coisas.
O homem primeiro simplesmente apoderou-se do seu abrigo, viveu sob as saliências de rochas ou residiu em cavernas. Em seguida, adaptou os materiais naturais, como a madeira e a pedra, para criar cabanas para a família. E, finalmente entrou no estágio criativo de construir a sua casa, aprendeu a manufaturar tijolos e outros materiais de construção.
Os povos dos planaltos do Turquestão foram os primeiros das raças mais modernas a construir as suas casas de madeira, casas não muito diferentes das primitivas cabanas de troncos dos colonos pioneiros americanos. Nas planícies, as habitações humanas eram feitas de tijolos; mais tarde, de tijolos queimados.
As raças fluviais mais antigas faziam as suas cabanas colocando troncos altos no chão, circularmente; os topos eram então colocados juntos e eram entrelaçados com juncos transversais formando o esqueleto da cabana e toda essa invenção assemelhando-se a uma imensa cesta invertida. Essa estrutura podia então ser emplastrada com argila e, depois de secar ao sol, resultaria em uma habitação muito útil à prova de água.
  Foi dessas cabanas primitivas que se originou, de modo independente, a idéia subseqüente de confecionar várias espécies de cestas. Dentro de um desses grupos, surgiu a idéia de fazer a cerâmica, depois que se observaram os efeitos de emplastrar essas molduras de mastros com a argila umedecida. A prática de endurecer a cerâmica no fogo foi descoberta quando uma dessas cabanas primitivas cobertas de argila acidentalmente queimou-se. As artes dos dias antigos muitas vezes derivavam de ocorrências acidentais resultantes da vida cotidiana dos povos primitivos. Ao menos isso foi quase totalmente verdadeiro no que concerne ao progresso evolucionário da humanidade, até a vinda de Adão.
Enquanto a cerâmica fora inicialmente introduzida pela assessoria do Príncipe, há cerca de meio milhão de anos, a elaboração de vasilhames de cerâmica havia praticamente cessado durante mais de cento e cinqüenta mil anos. Apenas os noditas pré-sumérios da costa do golfo continuavam fabricando vasilhames de argila. A arte da cerâmica foi revivida durante a época de Adão. A disseminação dessa arte foi simultânea com a ampliação das áreas desérticas da África, da Arábia e da Ásia Central; e espalhou-se, em ondas sucessivas de aprimoramento de técnica, desde a Mesopotâmia até o hemisfério oriental.
Essas civilizações da idade andita nem sempre podem ser reconhecidas pelos estágios da sua cerâmica ou outras artes. O curso regular da evolução humana foi tremendamente complicado pelos regimes tanto da Dalamátia, quanto do Éden. Ocorre, com freqüência, que os vasos e os implementos mais recentes sejam inferiores aos produtos iniciais dos povos anditas mais puros.
A destruição, causada pelo clima, das pradarias abertas e ricas de caça do Turquestão, começando por volta de 12 000 a.C., compeliu os homens daquelas regiões a recorrerem a novas formas de indústria e de manufatura bruta. Alguns se voltaram para o cultivo de rebanhos domesticados, outros se tornaram agricultores ou coletores de alimentos cultivados pela água, mas o tipo mais elevado do intelecto andita escolheu engajar-se no comércio e na manufatura. E tornou-se mesmo um costume de tribos inteiras dedicar-se ao desenvolvimento de uma única indústria. Do vale do Nilo ao Hindo Kush e do Ganges até o rio Amarelo, o principal negócio das tribos superiores tornou-se o cultivo do solo, com o comércio como uma segunda atividade.
O crescimento do comércio e da manufatura de matérias básicas, para vários artigos de comércio, serviu útil e diretamente para culminar naquelas comunidades primitivas e semipacíficas que de tanta influência foram na disseminação da cultura e das artes da civilização. Antes da era do comércio mundial amplo, as comunidades sociais eram tribais — grupos familiares expandidos. O comércio trouxe o relacionamento de tipos diferentes de seres humanos, contribuindo, assim, para um intercâmbio mais rápido entre as culturas.
Há cerca de doze mil anos, a era das cidades independentes estava surgindo. E essas cidades primitivas de comércio e de manufatura eram sempre cercadas de zonas de agricultura e de criação de gado. Se bem que seja verdade que a indústria haja sido impulsionada pela elevação dos padrões de vida, não deveríeis ter idéias errôneas sobre os refinamentos na vida urbana primitiva. As raças iniciais não eram excessivamente ordenadas, nem limpas; e a comunidade primitiva mediana ficava mais alta, de trinta a sessenta centímetros, a cada vinte e cinco anos, por causa da mera acumulação de sujeira e lixo. Algumas dessas antigas cidades então ficam mais elevadas em relação ao terreno vizinho rapidamente, porque as suas cabanas de barro não cozido duravam pouco e era costume construir novas habitações diretamente sobre a ruína das antigas.
  O uso difundido de metais era uma das características dessa era das primeiras cidades industriais e comerciais. Vós já encontrastes uma cultura do bronze no Turquestão, que é anterior a 9 000 a.C., e os anditas muito cedo aprenderam a trabalhar com o ferro, o ouro e também o cobre. Todavia, as condições longe dos centros mais avançados da civilização eram muito diferentes. Não houve períodos distintos, como as idades da pedra, do bronze e do ferro; todas três existiram ao mesmo tempo, em localidades diferentes.
  O ouro foi o primeiro metal a ser procurado pelo homem: era fácil de trabalhar e, inicialmente, era usado apenas como ornamento. O cobre foi o próximo a ser empregado, entretanto, não de um modo mais amplo, antes de misturado ao estanho para fazer o bronze, de maior dureza. A descoberta da mistura do cobre e do estanho, para fazer o bronze, foi feita por um dos adamsonitas do Turquestão, cuja mina de cobre, nos planaltos, estava localizada perto de uma jazida de estanho.
Com o aparecimento da manufatura rudimentar e com o começo da indústria, o comércio rapidamente tornou-se uma influência mais forte para a disseminação da civilização cultural. A abertura dos canais de comércio por terra e mar facilitou grandemente as viagens e a combinação das culturas, bem como a fusão das civilizações. Por volta de 5 000 a.C., o cavalo teve o seu uso generalizado nas terras civilizadas e semicivilizadas. Essas raças posteriores não apenas tinham o cavalo domesticado, mas também várias espécies de carroças e de carruagens. Idades antes, a roda havia sido usada, agora, todavia, os veículos equipados com elas tornavam-se universalmente empregados no comércio e na guerra.
O comerciante que viajava e o explorador errante fizeram mais para o avanço da civilização histórica do que todas as outras influências combinadas. As conquistas militares, a colonização e as empresas missionárias, fomentadas pelas religiões posteriores, também foram fatores na disseminação da cultura; mas todos esses foram fatores secundários para as relações de comércio, as quais foram mais aceleradas ainda com as artes e as ciências da indústria em rápido desenvolvimento.
A infusão do sangue Adâmico nas raças humanas não apenas acelerou o ritmo da civilização, como estimulou também, grandemente, as suas tendências para a aventura e para a exploração, a tal ponto que a maior parte da Eurásia e do norte da África, em breve, estaria ocupada pelos descendentes miscigenados dos anditas em rápida multiplicação.
No momento em que se fez o contato com o alvorecer dos tempos históricos, toda a Eurásia, o norte da África e as Ilhas do Pacífico estavam povoados com as raças compostas da mesclagem da humanidade. E as raças de hoje resultaram da combinação e da recombinação dos cinco sangues humanos básicos de Urântia.
Cada uma das raças de Urântia foi identificada por certas características físicas distintas. Os adamitas e os noditas tinham a cabeça longa; os andonitas tinham a cabeça larga. As raças sangiques tinham cabeças de tamanho mediano, os homens amarelos e os azuis tendendo a ter cabeças largas. As raças azuis, quando combinadas com a linhagem andonita, decididamente ficavam com as cabeças grandes. Os sangiques secundários tinham a cabeça de tamanho mediano ou longo.
  Embora essas dimensões do crânio ajudem a decifrar as origens raciais, o esqueleto inteiro torna-se bem mais confiável. No desenvolvimento inicial das raças de Urântia, havia originalmente cinco tipos distintos de estrutura do esqueleto:
1. A andônica, a dos aborígines de Urântia.
2. A dos sangiques primários, vermelhos, amarelos e azuis.
3. A dos sangiques secundários, alaranjados, verdes e índigos.
4. A dos noditas, descendentes dos dalamatianos.
5. A dos adamitas, a raça violeta.
Posto que esses cinco grandes grupos raciais se intermesclaram amplamente, a combinação contínua tendeu a obscurecer o tipo andonita, por meio da dominância da hereditariedade sangique. Os lapônios e os esquimós são combinações das raças andonitas e sangiques azuis. A estrutura do esqueleto de ambas é a que mais se aproxima de haver preservado o tipo andônico aborígene. Todavia, os adamitas e os noditas tornaram-se tão miscigenados com as outras raças que eles podem ser detectados apenas como uma ordem caucasóide generalizada.
Em geral, por conseguinte, à medida que são desenterrados os remanescentes humanos dos últimos vinte mil anos, será impossível distinguir claramente os cinco tipos originais. O estudo dessas estruturas ósseas revelará que a humanidade está agora dividida em aproximadamente três classes:
  1. A caucasóide — a mistura andita das linhagens noditas e Adâmicas, modificadas posteriormente pela mistura com os sangiques primários e (alguns) secundários e por um cruzamento andônico considerável. As raças brancas ocidentais, junto com alguns povos indianos e turanianos, estão incluídas nesse grupo. O fator de unificação dessa divisão é a maior ou menor proporção da herança andita.
2. A mongolóide — o tipo sangique primário, incluindo as raças originais vermelha, amarela e azul. Os chineses e os ameríndios pertencem a este grupo. Na Europa, o tipo mongolóide foi modificado pela mistura com os sangiques secundários e pela mistura andônica; e mais ainda pela infusão de sangue andita. Os povos malaios e outros povos indonésios estão incluídos nessa classificação, embora contenham uma alta percentagem de sangue sangique secundário.
  3. A negróide — o tipo sangique secundário, que, originalmente, incluía a raça alaranjada, a verde e a índigo. Esse tipo é mais bem ilustrado pela raça negra, e será encontrado na África, na Índia e na Indonésia, nos locais em que as raças sangiques secundárias estiverem localizadas.
  No norte da China, há uma certa combinação dos tipos caucasóide e mongolóide; no Levante, os caucasóides e os negróides mesclaram-se entre si; na Índia, como na América do Sul, todos os três tipos estão representados. E as características dos esqueletos dos três tipos que sobrevivem, ainda perduram e ajudam a identificar os ancestrais mais recentes das raças humanas dos dias atuais.
  A evolução biológica e a civilização cultural não estão necessariamente correlacionadas; a evolução orgânica pode continuar desembaraçadamente em qualquer idade, em meio até mesmo à decadência cultural. Todavia, quando períodos longos da história humana são pesquisados, será observado que, finalmente, a evolução e a cultura tornam-se relacionadas como causa e efeito. A evolução pode avançar na ausência da cultura, mas a civilização cultural não floresce sem um respaldo adequado de progresso racial anterior. Adão e Eva não introduziram nenhuma arte de civilização estranha ao progresso da sociedade humana, mas o sangue Adâmico aumentou a capacidade inerente às raças e fez acelerar o ritmo do desenvolvimento econômico e o progresso industrial. A dádiva de Adão aprimorou o poder cerebral das raças, acelerando grandemente, com isso, os processos da evolução natural.
Mediante a agricultura, a domesticação dos animais e o aprimoramento da arquitetura, a humanidade gradualmente escapou da pior fase da luta incessante pela sobrevivência e começou a busca para descobrir como tornar mais doce o processo da vida; e isso foi o começo dos esforços para atingir padrões cada vez mais altos de conforto material. Por meio da manufatura e da indústria, o homem está gradativamente aumentando o conteúdo de prazer da vida mortal.
A sociedade cultural, entretanto, não é como um grande clube beneficente, de privilégios herdados, no qual todos os homens já nascem com acesso livre e em total igualdade. É pouco mais elevada que uma corporação de trabalhadores das terras, sempre em avanço, admitindo nas suas fileiras apenas a nobreza daqueles trabalhadores que lutam para fazer do mundo um lugar melhor onde os seus filhos, e os filhos dos seus filhos, possam viver e avançar em idades subseqüentes. E essa agremiação da civilização cobra caras taxas de admissão, impõe disciplinas estritas e rigorosas, pune com pesadas penalidades a todos os dissidentes e não conformistas; ao mesmo tempo só conferindo pouquíssimos privilégios ou licenças pessoais, tais como os de uma segurança maior contra os perigos comuns e as ameaças raciais
A comunidade social é uma forma de seguro de sobrevivência, que os seres humanos aprenderam poder ser proveitosa; conseqüentemente, a maior parte dos indivíduos está disposta a pagar o custo desse seguro com o auto-sacrifício e a redução da liberdade pessoal, os quais a sociedade cobra dos seus membros em troca por essa alta proteção grupal. Em resumo, o mecanismo social dos dias atuais é um plano de seguro baseado na tentativa e no erro, destinado a proporcionar algum grau de segurança e de proteção contra um retorno às condições terríveis e anti-sociais que caracterizaram as experiências iniciais da raça humana.
  A sociedade torna-se, assim, um esquema cooperativo para assegurar a liberdade civil por intermédio de instituições: a liberdade econômica por meio do capital e da invenção, a liberdade social por meio da cultura e a liberdade da violência por meio da regulamentação policial.
O poder da força não gera o direito, mas impõe os direitos comumente reconhecidos de cada geração que se sucede. A missão primeira do governo é a definição do direito, da regulamentação justa e equânime das diferenças de classe, e a imposição da igualdade de oportunidades sob as regras da lei. Todo direito humano está associado a um dever social; o privilégio grupal é m mecanismo de segurança que infalivelmente demanda o pagamento total dos custos rigorosos do serviço grupal. E os direitos grupais, bem como os do indivíduo, devem ser protegidos; e deve-se incluir nisso a regulamentação das propensões sexuais.
A liberdade sujeita à regulamentação grupal é a meta legítima da evolução social. A liberdade sem restrições é um sonho vão e fantasioso das mentes humanas instáveis e volúveis.
  Conquanto a evolução biológica haja sempre prosseguido avante, muito da evolução cultural saiu do vale do Eufrates, em ondas que sucessivamente se enfraqueceram com o passar do tempo, até que toda a posteridade de pura linhagem Adâmica, finalmente havia ido adiante proporcionando enriquecimento às civilizações da Ásia e Europa. As raças não se misturaram totalmente, as suas civilizações, contudo, combinaram-se em uma medida considerável. A cultura espalhou-se lentamente por todo o mundo. E essa civilização deve ser mantida e fomentada, pois não existem hoje novas fontes de cultura, nem novos anditas para revigorar e estimular o lento progresso da evolução da civilização.
A civilização, como agora se desenvolve em Urântia, nasceu e baseou-se nos fatores seguintes:
1. As circunstâncias naturais. A natureza e a extensão da civilização material é, em grande medida, determinada pelos recursos naturais disponíveis. O clima, as condições meteorológicas e as numerosas condições físicas são fatores na evolução da cultura.
Quando da abertura da era andita, havia apenas duas áreas extensas e férteis de caça livre em todo o mundo. Uma, na América do Norte, totalmente ocupada pelos ameríndios; a outra, ao norte do Turquestão, parcialmente ocupada por uma raça andônico-amarela. Os fatores decisivos para a evolução de uma cultura superior, no sudoeste da Ásia, foram a raça e o clima. Os anditas eram um grande povo, mas o fator crucial na determinação do curso da sua civilização foi a aridez crescente do Irã, do Turquestão e do Sinkiang, e isso os forçou a inventar e adotar métodos novos e avançados para arrancar a sobrevivência das suas terras cada vez menos férteis.
A configuração dos continentes e outras situações de arranjos das terras têm tido uma grande influência na determinação da paz ou da guerra. Pouquíssimos urantianos já tiveram uma oportunidade tão favorável para um desenvolvimento contínuo e sem perturbações, como o que foi desfrutado pelos povos da América do Norte — protegidos praticamente de todos os lados por vastos oceanos.
2. Os bens de capital. A cultura nunca se desenvolve sob condições de pobreza; o lazer é essencial ao progresso da civilização. O caráter individual de valor moral e espiritual pode ser adquirido na ausência da riqueza material, mas uma civilização cultural apenas deriva-se das condições de prosperidade material que fomentam o lazer combinando-o à ambição.
Durante os tempos primitivos, a vida em Urântia era uma questão séria e sombria. E foi para escapar dessa luta incessante e desse trabalho interminável que a humanidade adotou a tendência constante de deslocar-se para os climas salubres dos trópicos. Ainda que essas zonas mais quentes de habitação proporcionassem algum alívio da luta intensa pela existência, as raças e as tribos que assim buscaram tal comodidade raramente utilizaram o seu tempo livre, imerecido, para o avanço da civilização. O progresso social invariavelmente tem surgido dos pensamentos e planos daquelas raças que têm aprendido, mediante o seu trabalho inteligente, como conseguir viver da terra com menos esforço e com dias mais curtos de trabalho, ficando assim capazes para desfrutar de uma margem bem merecida e proveitosa de lazer.
3. O conhecimento científico. Os aspectos materiais da civilização devem sempre aguardar a acumulação de dados científicos. Depois da descoberta do arco, da flecha e da utilização da força animal, muito tempo passou até que o homem aprendesse a aproveitar o vento e a água, vindo em seguida o emprego do vapor e da eletricidade. Lentamente, contudo, as ferramentas da civilização se aprimoraram. A tecelagem, a cerâmica, a domesticação dos animais e a metalurgia foram seguidas pela idade da escrita e da imprensa.
Conhecimento é poder. A invenção sempre precede à aceleração do desenvolvimento cultural, em uma escala mundial. A ciência e a invenção beneficiaram-se, mais do que tudo, da imprensa escrita; e a interação de todas essas atividades culturais e inventivas acelerou enormemente o ritmo do avanço cultural.
A ciência ensina o homem a falar a linguagem nova da matemática e adestra o seu modo de pensar em linhas de precisão exatas. E a ciência também estabiliza a filosofia por meio da eliminação do erro: enquanto purifica a religião, ao exterminar a superstição.
4. Os recursos humanos. A força de trabalho do homem é indispensável à disseminação da civilização. Em condições de igualdade, um povo numeroso dominará a civilização de uma raça menos numerosa. E daí, uma nação que fracassa no crescimento da sua população impede, até certo ponto, a plena realização do destino nacional, mas há um ponto a partir do qual um crescimento maior da população torna-se suicida. A multiplicação até números além da proporção ótima homem-terra normal tem de significar ou um rebaixamento nos padrões de vida ou uma expansão imediata das fronteiras territoriais, por meio da penetração pacífica ou da conquista militar ou ocupação forçada.
Vós vos espantais, algumas vezes, com as devastações da guerra, mas devíeis reconhecer a necessidade da produção de mortais, em grandes quantidades, de modo a proporcionar ampla oportunidade para o desenvolvimento social e moral; com tal fertilidade planetária, o problema sério da superpopulação logo ocorre. Os mundos habitados são pequenos, na sua maior parte. Urântia está dentro da média, talvez seja ligeiramente menor. A estabilização ótima para a população nacional eleva a cultura e impede a guerra. E sábia é a nação que sabe quando cessar o crescimento.
Entretanto, o continente mais rico em depósitos naturais, e mais avançado em equipamentos mecânicos, terá pouco progresso se a inteligência do seu povo estiver em declínio. O conhecimento pode ser alcançado com a educação; mas a sabedoria indispensável à verdadeira cultura apenas pode ser assegurada por meio da experiência e de homens e mulheres inatamente inteligentes. Um povo assim é capaz de aprender da experiência; e pode tornar-se verdadeiramente sábio.
5. A eficácia dos recursos materiais. Muitas coisas dependem da sabedoria, na utilização dos recursos naturais, do conhecimento científico, dos bens de capital e dos potenciais humanos. O fator principal na civilização primitiva foi a força exercida pelos sábios mestres sociais; o homem primitivo tinha a civilização literalmente imposta a ele pelos seus contemporâneos superiores. As minorias bem organizadas e superiores têm governado amplamente este mundo.
O poder da força não gera o direito, mas a força gera tudo o que tem acontecido, e tudo o que é, na história. Só recentemente Urântia alcançou o ponto em que a sociedade está disposta a debater a ética do poder e do direito.
6. A eficácia do idiom a. A disseminação da civilização deve resultar da língua. As línguas vivas, e em crescimento, asseguram a expansão do pensamento e do planejamento civilizados. Durante as idades iniciais, avanços importantes foram feitos na língua. Hoje, há uma grande necessidade de maiores desenvolvimentos lingüísticos, para facilitar a expressão do pensamento que evolui.
As línguas evoluíram a partir de associações grupais, cada grupo local desenvolvendo o seu próprio sistema de troca por meio das palavras. As línguas cresceram por intermédio dos gestos, sinais, gritos, sons imitativos, entonação e acentos na vocalização dos alfabetos subseqüentes. O idioma é a ferramenta mais importante para o homem, e mais útil ao pensamento; no entanto, nunca floresceu antes que grupos sociais conquistassem algum tempo de lazer. A tendência de brincar com as palavras desenvolve novas palavras — a gíria corrente. Se a maioria adota a gíria, então o seu uso integra-a na língua. A origem dos dialetos é ilustrada pela indulgência para com o “linguajar infantil” em um grupo familiar.
As diferenças entre as línguas têm sido sempre a grande barreira à expansão da paz. A conquista de dialetos deve preceder à disseminação de uma cultura, para a raça, o continente ou o mundo inteiro. Uma língua universal promove a paz, assegura a cultura e aumenta a felicidade. Mesmo quando os idiomas de um mundo ficam reduzidos a uns poucos, a mestria desses idiomas pelos povos de liderança cultural influencia poderosamente a realização de uma paz e de uma prosperidade de alcance mundial.
Embora pouquíssimo progresso haja sido conseguido em Urântia, no sentido de desenvolver um idioma internacional, muito tem sido realizado pelo estabelecimento das trocas no comércio internacional. E essas relações internacionais deveriam ser fomentadas, todas, pois elas envolvem os idiomas, o comércio, a arte, a ciência, os jogos competitivos e a religião.
7. A eficácia dos equipamentos mecânicos. O progresso da civilização está relacionado diretamente ao desenvolvimento e à posse de equipamentos, máquinas e canais de distribuição. Os equipamentos aperfeiçoados, as máquinas engenhosas e eficientes determinam a sobrevivência dos grupos que competem na arena da civilização em avanço.
Nos tempos iniciais, a única energia aplicada ao cultivo da terra era a energia humana. Foi uma luta renhida a de substituir os homens pelos bois, já que isso deixa os homens sem emprego. Ultimamente, as máquinas começaram a deslocar os homens, e cada avanço desses contribui diretamente para o progresso da sociedade, pois libera a energia humana para realizar tarefas mais valiosas.
A ciência, guiada pela sabedoria, pode tornar-se a grande liberadora social do homem. Uma idade mecânica pode tornar-se desastrosa apenas para uma nação cujo nível intelectual é baixo demais para que se descubram os métodos sábios, e as técnicas confiáveis, ao êxito do ajustamento às dificuldades da transição que advém da perda súbita do emprego por parte de grandes populações, em conseqüência da invenção rápida demais de novos tipos de maquinário economizador de mão-de-obra.
8. O caráter da vanguarda que porta o archote. A herança social capacita o homem a ficar de pé nos ombros de todos aqueles que o precederam e que contribuíram com algo para a soma da cultura e do conhecimento. Nessa tarefa de passar o archote cultural para a próxima geração, o lar será sempre a instituição básica. Em seguida, vêm a vida social e os jogos; a escola vindo por último, sendo contudo igualmente indispensável em uma sociedade complexa e altamente organizada.
Os insetos nascem totalmente educados e equipados para a vida — de fato levam uma existência estreita e puramente instintiva. O bebê humano nasce sem uma educação; por conseguinte, o homem possui a propriedade de, pelo controle educacional da geração mais recente, poder modificar grandemente o curso evolucionário da civilização.
No século vinte, as influências que mais contribuem para o avanço da civilização e da cultura são o crescimento marcante na mobilidade mundial do homem e o aprimoramento, sem paralelos, dos meios de comunicação. Contudo, o aprimoramento da educação não se manteve à altura da estrutura social em expansão; nem a valoração moderna da ética desenvolveu-se à altura do crescimento feito em direções mais puramente intelectuais e científicas. E a civilização moderna está estagnada quanto ao desenvolvimento espiritual, bem como quanto à salvaguarda da instituição do lar.
9. Os ideais raciais. Os ideais de uma geração esculpem os canais do destino da posteridade imediata. A qualidade da vanguarda social, porta-archotes, determinará se a civilização irá para a frente ou para trás. Os lares, as igrejas e as escolas, em uma geração, predeterminam a tendência do caráter da geração subseqüente. O impulso moral e espiritual de uma raça, ou de uma nação, determina amplamente a velocidade cultural dessa civilização.
Os ideais elevam a fonte do curso social. E nenhum curso elevar-se-á a uma altura maior do que a da sua fonte, não importa a técnica de pressão ou de controle direcional empregada. O poder impulsor, mesmo dos aspectos mais materiais de uma civilização cultural, reside nas realizações menos materiais da sociedade. A inteligência pode controlar o mecanismo da civilização, a sabedoria pode dirigi-lo, mas o idealismo espiritual é a energia que realmente eleva e faz avançar a cultura humana de um nível de realização para outro.
A princípio, a vida era uma luta pela existência; agora, por um padrão de vida; em seguida, a luta será pela qualidade do pensamento, que é a próxima meta terrena da existência humana.
10. A coordenação dos especialistas. A civilização tem avançado enormemente devido a uma divisão inicial do trabalho e devido ao seu posterior corolário, o da especialização. A civilização agora depende da coordenação eficaz dos especialistas. À medida que a sociedade se expande, deve ser encontrado algum método de reagrupar os vários especialistas.
Os especialistas sociais, artísticos, técnicos e industriais continuarão a multiplicar-se e a aumentar as suas habilidades e a sua destreza. A diversificação da habilidade e a diversidade do seu emprego, finalmente, irão enfraquecer e desintegrar a sociedade humana, caso não sejam desenvolvidos meios eficazes de coordenação e de cooperação. A inteligência, que é capaz de tal inventividade e de tal especialização, entretanto, deveria ser totalmente competente para entabular métodos adequados de controle e de ajuste de todos os problemas que resultam do crescimento rápido da invenção e do ritmo acelerado da expansão cultural.
11. Os mecanismos para encontrar os empregos. A próxima idade, do desenvolvimento social, estará incorporada a uma cooperatividade e a uma coordenação melhores e mais efetivas da especialização sempre crescente e em expansão. E como o trabalho se diversifica cada vez mais, algumas técnicas para encaminhar os indivíduos às ocupações adequadas devem ser delineadas. O maquinário não é a única causa do desemprego em meio aos povos civilizados de Urântia. A complexidade econômica e o aumento constante da especialização industrial e profissional aumentam os problemas de colocação do trabalhador.
Não é suficiente treinar os homens para o trabalho; em uma sociedade complexa, devem ser providos também os métodos eficazes para encontrar os seus locais de trabalho. Antes de treinar os cidadãos nas técnicas altamente especializadas de como ganhar a sobrevivência, eles deveriam ser treinados em um ou mais métodos de trabalho comum, de comércio ou de ocupações, que lhes permitissem manter-se trabalhando mesmo estando transitoriamente desempregados nos seus trabalhos especializados. Nenhuma civilização pode sobreviver sustentando, por muito tempo, grandes grupos de desempregados. Com o tempo, até mesmo os melhores cidadãos tornar-se-ão corrompidos e desmoralizados por aceitar o sustento do tesouro público. Mesmo a caridade privada torna-se perniciosa, quando aplicada por muito tempo a cidadãos sãos e capazes.
Uma sociedade a tal ponto especializada não considerará com simpatia as antigas práticas comunais e feudais dos povos antigos. É bem verdade que muitos serviços comuns podem ser socializados de um modo aceitável e proveitoso, mas os seres humanos altamente treinados e ultra-especializados podem ser mais bem gerenciados por alguma técnica de cooperação inteligente. A coordenação modernizada e a regulamentação fraternal produzirão uma cooperação mais durável do que os métodos mais antigos e mais primitivos de comunismo ou de instituições reguladoras ditatoriais, baseadas na força.
12. A disposição de cooperar. Um dos grandes obstáculos ao progresso da sociedade humana é o conflito entre os interesses e o bem-estar dos grupos humanos maiores e mais socializados, e o das associações humanas menores, de mente opositora e associal, para não mencionar os indivíduos isolados e de mentalidade anti-social.
9 Nenhuma civilização nacional perdura, a menos que os seus métodos educacionais e os seus ideais religiosos inspirem um tipo elevado de patriotismo inteligente e de devoção nacional. Sem essa espécie de patriotismo inteligente e de solidariedade cultural, todas as nações tendem a desintegrar-se devido aos ciúmes provincianos e aos interesses egoístas locais.
Para que a civilização mundial seja mantida, depende-se de que os seres humanos aprendam a viver juntos, em paz e fraternidade. Sem uma coordenação eficiente, a civilização industrial fica submetida às ameaças dos perigos da ultra-especialização: a monotonia, a limitação e a propensão para a provocação de desconfiança e ciúme.
13. Uma liderança eficiente e sábia. Na civilização, muito, muitíssimo mesmo, depende de um espírito entusiasta e que constitua uma liderança poderosa. Dez homens são de pouco mais valia do que um só, para levantar um grande peso, a menos que o levantem juntos — todos ao mesmo tempo. E tal trabalho de equipe — a cooperação social — depende de uma liderança. As civilizações culturais do passado e do presente têm-se baseado na cooperação inteligente dos cidadãos para com os líderes sábios e progressistas; e até que o homem evolua até níveis mais elevados, a civilização continuará a depender de uma liderança sábia e vigorosa.
As grandes civilizações nascem de uma correlação sagaz entre a riqueza material, a grandeza intelectual, o valor moral, a astúcia social e o discernimento cósmico.
  14. As mudanças sociais. A sociedade não é uma instituição divina; é um fenômeno da evolução progressiva; e o progresso da civilização é sempre retardado, quando os seus líderes são lentos em fazer as mudanças, na organização social, essenciais para que seja acompanhado o ritmo dos desenvolvimentos científicos da época. Por tudo isso, as coisas não devem ser desprezadas apenas porque sejam velhas, nem uma idéia deveria ser incondicionalmente adotada apenas porque é original e nova.
  O homem deveria ser destemido para fazer experimentos com os mecanismos da sociedade. Sempre, porém, essas aventuras de ajuste cultural deveriam ser controladas pelos que estão plenamente familiarizados com a história da evolução social; e esses inovadores deveriam sempre ser aconselhados pela sabedoria daqueles que tiveram experiência prática no domínio do experimento social ou econômico em pauta. Nenhuma grande mudança social ou econômica deveria ser realizada subitamente. O tempo é essencial a todos os tipos de ajuste humano — físico, social ou econômico. Apenas os ajustes morais e espirituais podem ser feitos no impulso do momento, e mesmo estes requerem o passar do tempo para que ocorra a manifestação plena das suas repercussões materiais e sociais. Os ideais da raça são o apoio e a segurança maiores durante os tempos críticos em que a civilização estiver na transição de um nível para o outro.
  15. A prevenção do colapso na transição. A sociedade é fruto de idades após idades de tentativa e de erro; é aquilo que sobreviveu aos ajustes e reajustes seletivos, nos estágios sucessivos da longa elevação da humanidade, desde os níveis animais até os níveis humanos, em todo o planeta. O grande perigo para qualquer civilização — em qualquer momento — é a ameaça de colapso, durante a época de transição dos métodos estabelecidos do passado para os procedimentos novos e melhores do futuro, os quais, todavia, não estão ainda testados.
A liderança é vital para o progresso. A sabedoria, o discernimento interior e a previsão são indispensáveis para que as nações perdurem. A civilização só está realmente em perigo quando a liderança capaz começa a desaparecer. E a quantidade dessa liderança sábia nunca excedeu a um por cento da população.
E foi por esses degraus fortes da escada evolucionária que a civilização escalou até o ponto em que tiveram início essas influências poderosas a culminarem na cultura de expansão rápida do século vinte. E apenas mediante a sua adesão a esses fatores essenciais é que o homem pode esperar manter as suas civilizações atuais, contribuindo, ao mesmo tempo, para o desenvolvimento contínuo e a sobrevivência segura delas.
Essa é a essência da luta longuíssima dos povos da Terra para implantar a civilização, desde a idade de Adão. A cultura dos dias atuais é o resultado líquido dessa evolução ardorosa. Antes da invenção da imprensa, o progresso era relativamente lento, pois uma geração não podia tão rapidamente beneficiar-se das realizações dos seus predecessores. Agora, todavia, a sociedade humana está saltando para a frente sob a força do momentum acumulado de todas as idades pelas quais a civilização tem lutado.