Reportagens

domingo, 21 de novembro de 2010

Lixo e Esgoto

Assim como o lixo do dia-a-dia em nossas casas não pode parar de ser gerado, os esgotos também não. São uma existência permanente que afastamos de nós através da lata de lixo, dos vasos sanitários, pias e dos diversos ralos que temos em nossos lares. Tudo que desejamos é ficar livres deles, logo que realizamos nossas necessidades.
Mas o que acontece logo após, no caso dos esgotos, nos canos que levam toda aquela "porcaria" para longe de nós? Como esses esgotos caminham, para onde são levados?
Ainda no século passado, as população se livravam dos esgotos jogando-os pela janela ou nos quintais das casas, da mesma forma que muitos hoje, lançam os lixos domésticos em terrenos baldios ou mesmo nas ruas, sem a mínima cerimônia ou, ainda, se houver um rio próximo, é nele que se despejam os lixos de todas as espécies e objetos inservíveis, para que sejam levados pela correnteza e "sumam" de vista.
Voltando ao tema esgotos; foram descobertas pela ciência as conseqüências do lançamento às ruas ou nos quintais dos dejetos chamados esgotos sanitários que se fazia outrora, quando se pesquisou a origem de um sem número de doenças, descobrindo-se seus vetores invisíveis e os seus transmissores microscópios.
Daí para frente, as populações que afastavam de alguma forma, para longe de suas casas os dejetos, mais por questão de estética e incômodos pelo cheiro, passaram, também, a se conscientizar que aquelas porcarias lançadas tinham que ser conduzidas para bem longe. Para isso, começaram a transportá-las em tubos e valas que alcançassem um rio, lago ou praia mais próximos.
O avanço da ciência, todavia, demonstrou que isso não bastava; havia outros prejuízos. A conclusão foi que, o transporte e a disposição adequada era também essencial à proteção da saúde pública.
As pesquisas concluíram que cerca de cinqüenta tipos de infecções podem ser transmitidas pelos caminhos dos excretas humanos e que essas infecções, aliadas à subnutrição, causava uma terrível influência na morbidade e na mortalidade, principalmente de crianças, através da febre tifóide, disenteria, hepatite, cólera e diversos tipos de verminoses que contribuíam fortemente para minar, gradativamente, as resistências do organismo humano.




 Além disso, concluiu-se que não só aos homens fazem mal os esgotos lançados "in natura" nos corpos d’água (rios, lagos, mares). Os seres viventes nas águas sofriam também, principalmente porque as águas tendem a se auto depurar às custas de fenômenos físicos, químicos e biológicos a troco de consumo indireto do oxigênio nelas dissolvido o qual é fundamental para a sobrevivência das espécies aquáticas.
Com tudo isso, a disposição adequada dos esgotos domésticos é imprescindível, se queremos ver saudáveis as criaturas humanas e os seres indefesos, não humanos.
Assim sendo, transportar tão somente os esgotos domésticos não basta. Se por valas, o perigo é pelo contato direto, se por tubulações seus malefícios continuam "vivos" e prontos para entrar em cena a qualquer momento.
Dessa forma, o transporte dos esgotos por tubulações é apenas um começo, devendo haver o passo seguinte, que é o seu tratamento adequado, para eliminar todos os inconvenientes físicos, químicos e biológicos.
O absenteísmo (ausência ao trabalho), a falta de disposição para trabalhar, a apatia das crianças, e a mortalidade estão calcadas quase sempre em doenças provindas, em sua maioria, da falta de saneamento adequado, principalmente no que concerne os esgotos domésticos.
Então, os gastos na missão de coletar e tratar os esgotos domésticos não se constituem em despesas e sim em investimentos que serão ressarcidos pelo melhor desempenho do trabalhador e diminuição do custeio no tratamento de doenças.

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