Reportagens

domingo, 21 de novembro de 2010

As Fontes Sujas e os Tipos de Poluição



Fontes Sujas:Por Energias poluentes ou “sujas” entende-se aquelas que produzem poluição aquando do seu aproveitamento; que por libertarem gases nocivos para a atmosfera, como no caso da queima dos combustíveis e do gás; que por libertarem outros resíduos, como acontece com a refinação do petróleo e na queima da lenha e do carvão, ou ainda nos restos do urânio radioativo da produção de energia nuclear. Chama-se a estas fontes de energia, com excepção do urânio, “Combustíveis Fósseis”, uma vez que resultam da decomposição de restos de animais e plantas, que demorou milhões de anos, encontrando-se agora no subsolo, em forma mineral (carvão), líquida (petróleo) ou gasosa (gás natural). A sua renovação, para poder ser extraída energia novamente, levaria outros tantos milhões de anos.
Estas energias poluentes são as que os países mais utilizam hoje em dia, mesmo sabendo que irão esgotar-se mais tarde ou mais cedo. Exatamente por isso existe uma preocupação crescente para para diminuir uso destas antes e optar pelas energias renováveis e“limpas”, como mostra um documento que muitos países
assinaram no Japão, em Dezembro de 1997, chamada “Protocolo de Quioto”, comprometendo-se a trabalhar cada vez mais neste “caminho”.



A poluição é definida na legislação brasileira (Lei 6.938/81, Art.3, III) como a “…degradação da qualidade ambiental…” que direta ou indiretamente prejudiquem a saúde, segurança e o bem-estar da população, que criem condições adversas às atividades sociais e econômicas, que afetem desfavoravelmente a biota, as condições estéticas ou sanitárias do ambiente ou que lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões estabelecidos.
Assim, podemos identificar diversos tipos de poluições que interferem em um ou mais dos aspectos citados acima:
 Poluição Sonora: a poluição sonora é aquela causada pelo excesso de ruídos como aqueles causados pelos carros, máquinas e etc. , bastante comuns nos grandes centros urbanos e aos quais o homem, de certa forma, acabou se acostumando (o que na signifique que não seja prejudicial). Segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde) o limite máximo tolerável para a saúde humana é de 65dB. O efeito sobre a saúde humana dependerá, contudo, do nível de ruído e do tempo de exposição. Por exemplo uma pessoa que trabalhe 8 horas por dia, todos os dias, com ruídos do nível de 85dB, após dois anos, apresentará, com certeza, problemas auditivos causados pela poluição sonora. Uma forma de amenizar a poluição sonora é a utilização de equipamentos de segurança (fones de ouvido por exemplo) e a aplicação de tecnologias menos ruidosas ou que abafem os ruídos.
Poluição Visual: outra grande fonte de poluição, principalmente nos meios urbanos é a poluição visual. As imagens de outdoors, cartazes, e diversos outros meios de comunicação servem para transmitir informações, entretanto, o uso excessivo destes recursos pode ser considerado poluição. O tema “poluição visual” é algo ainda bastante novo e, talvez por isso, ainda muito controverso. De um lado, estão os que defendem que o excesso de propagandas e informações causa inúmeros problemas (como stress, desconforto visual, distração para os motoristas, etc.) e de outro estão aqueles que acreditam que isso tudo não passa de um “policiamento estético” do meio urbano.
Poluição Atmosférica: a poluição atmosférica é aquele que afeta as condições do ar que respiramos. Suas principais fontes são as indústrias e os automóveis que lançam diversos tipos de Gases na atmosfera como o dióxido de carbono, óxidos de enxofre e materiais particulados. Estes gases podem causar diversos danos à saúde humana como doenças respiratórias e alergias que são especialmente graves para crianças e idosos.
Poluição da água: a poluição dos corpos hídricos (rios, lagos, etc.) é talvez a mais comum de todas as poluições. Durante toda a sua historia o homem sempre procurou locais próximos a cursos d’água para se estabelecer e acabou comprometendo a qualidade das águas ao lançar esgotos de indústrias, residências, e toda sorte de empreendimentos. Atualmente existem leis que proíbem este tipo de destinação para os esgotos, mas ainda são muitos os locais onde isso acontece devido, dentre outras coisas, à fiscalização deficiente. Outro agravante é que praticamente toda forma de poluição atmosférica e do solo acaba indo parar na água quando ocorrem as chuvas.
Poluição do solo: todo resíduo que é despejado no solo sem cuidado algum (o que não é o caso de aterros sanitários, por exemplo) caracteriza um tipo de poluição. Os conhecidos “lixões”, locais para onde eram levados os resíduos produzidos em uma cidade, e que hoje em dia são ilegais, constituem uma fonte de poluição do solo assim como os agrotóxicos e defensivos agrícolas que, se usados indiscriminadamente podem provocar a contaminação do solo e, na ocorrência de chuva, dos corpos hídricos (quando a água da chuva arrasta para os rios e lençóis freáticos toda a poluição que estava no solo).

Poluição Nuclear:A discussão em torno da utilização de energia nuclear é muita. De um lado os governos afirmam que esta é uma alternativa segura, eficiente e que não polui. De outro, encontram-se ambientalistas que alertam sobre o perigo da poluição nuclear e de possíveis desvios dos materiais físseis por terroristas, além dos acidentes com o transporte de materiais radioativos.
poluição nuclear é causada pela destinação incorreta ou vazamento de resíduos radioativos proveniente de diversas fontes que utilizam a energia nuclear, como, por exemplo, as usinas nucleares ou aparelhos de raios-x, e se caracteriza pelo alto grau de periculosidade devido a capacidade de causar alterações nas estruturas das células provocando, assim, alterações no organismo como um todo.
Na prática, o lixo nuclear polui menos do que o lixo comum produzido pelas indústrias e residências porque o primeiro possui um rigoroso controle de destinação e gerenciamento enquanto que o segundo encontra-se em qualquer lugar e, embora legalmente devesse, não é bem gerenciado. A grande e importante diferença é que o lixo nuclear possui a capacidade de permanecer ativo por milhares de anos exigindo o monitoramento constante e, no caso de acidentes as conseqüências são muito piores podendo, inclusive, causar danos por várias gerações, como no caso do acidente com o Césio-137 em Goiânia para o qual foi criada uma Superintendência permanente para tratar das vítimas do acidente (Superintendência Leide das Neves).
O principal argumento da corrente contra a energia nuclear é justamente o perigo de que acidentes como esse, voltem a acontecer.
Com a criação de novas usinas termonucleares para geração de energia a quantidade de resíduos que deverá ser estocada, também aumentará. Esses resíduos são provenientes não apenas das usinas termonucleares, mas durante todo o processo, desde a fase de mineração até a fase final de reprocessamento do combustível nuclear, quando o urânio não queimado do reator e o plutônio gerado são separados dos produtos formados na fissão. Esses resíduos serão classificados de acordo com o nível de radioatividade sendo classificados como baixa, média ou alta atividade e armazenados segundo normas da CNEN (Comissão Nacional de Energia Nuclear). Mas, mesmo assim permanecerão por um bom tempo como uma potencial fonte de poluição e perigo.
De fato, a grande resistência atual quanto à utilização da energia nuclear concentra-se na produção e gerenciamento dos resíduos radioativos gerados pelas usinas. A França, que atualmente tem cerca de 80% de suas necessidades energéticas supridas por usinas nucleares, conta com a desaprovação de 55% da população quanto à forma como os resíduos são gerenciados. E quase 80% da população européia concordam que não há uma forma segura de descartar os resíduos nucleares.
Entretanto, antecipando-se às iniciativas da Comunidade Européia de tentar acelerar as discussões a respeito, a França lança mão de incentivos fiscais para as cidades que se dispuserem a receber os resíduos gerados por suas usinas nucleares e aprova uma lei onde estipula que os resíduos serão armazenados em abrigos subterrâneos, traçando um cronograma para cumprir seu objetivo até 2015.
Inclusive, um dos argumentos daqueles que são a favor da implementação de um programa energético baseado na energia nuclear argumentam que a tecnologia evoluiu muito nos últimos anos tornando as usinas termonucleares muito mais seguras.
Com certeza, se compararmos as termoelétricas movidas à energia nuclear com aquelas movidas a carvão, que respondem por 53% da energia gerada nos EUA, por exemplo, chegaremos à conclusão óbvia de que a primeira polui muito menos, visto que a segunda emite níveis de CO2 (dióxido de carbono) altíssimos, sendo um dos principais responsáveis pelo efeito estufa. Conclusão óbvia, mas que, porém não exclui as formas de energia alternativas como a energia eólica ou biomassa (ver biocombustíveis ) que, de fato não poluem.
Só o Japão produz anualmente mais de 1 tonelada de resíduos radioativos que são enviados para França e Reino Unido para o reprocessamento.
Ou seja, a energia nuclear polui sim. O que acontece é que isso pode ser evitado armazenando-se e monitorando os resíduos. Situação que, porém, eleva e muito, os custos da energia nuclear.


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